Na passada semana vivi um momento que mais uma vez, nunca tinha visto no futebol.
Decorriam os primeiros minutos da peladinha no treino quando um avançado brasileiro com os seus 19 aninhos aparece isolado...tive que sair, efectuar uma mancha perfeita e como sou um jogador que treino como jogo, acertei-lhe com os pitões no joelho.
Resultado: o rapaz saí do treino de imediato cheio de dores.
Um lance destes é normalíssimo de acontecer quer nos jogos quer nos treinos, e normalmente os avançados com algum experiência nem disputam estas bolas pois sabem que podem sair gravemente prejudicados. A minha consciência estava tranquila, pois não tinha sido maldoso e agi exactamente da mesma forma que faço nos jogos.
Chego ao balneário para tomar o meu merecido duche quando constato que a minha bolsa foi pontapeada e pisada, destruindo tudo o que lá tinha dentro. Sou uma pessoa extremamente calma e como não vi quem fez, não pude sequer actuar. Mas também não sou parvo nenhum para perceber que só uma pessoa não treinou e não esteve na relva enquanto treinávamos. Ou seja, 2 + 2 = 4, para quem não sabe.
Tudo isto para dizer que um jogador quando atinge o patamar de sénior para além de ter que respeitar mais que tudo os seus colegas mais velhos, deve também comer e calar...foi coisa que aprendi e fiz enquanto jogador dos Lagartos, e também tive que me calar quando o jogador Kaliman (Paulo Luís) apareceu isolado e em vez de rematar ao de leve colocado, preferiu atirar com força e de bico, tendo eu ficado para sempre com um dedo todo torto.
Ainda hoje olho para o dedo, lembro-me do lance e do Kaliman, e felizmente constato que não é o único dedo que tenho torto...é sinal que defendi muito mais.
Termino dizendo que até Maio ainda há milhentos treinos, e que esta novela ainda não terminou, porque os guarda-redes ou são malucos ou paneleiros, e eu de paneleiro não tenho nada.
Também forneço como alternativa uma aprendizagem para esse jogador...como venho todos os dias a casa, posso trazê-lo comigo e levá-lo a treinar nos Lagartos, para ver se ele cresce um pouco como homem.