Como é do conhecimento geral, às Quintas-feiras, jogam-se as jornadas contra a prisão do braço (tem que ser útil para levar a cerveja à boca) e contra a prisão das pernas (estas têm que ser úteis para manter o corpo em pé e bem encostado ao balcão), no grande pavilhão da escola.
À uns bons anos atrás a dupla que rivalizava e até chegava a fazer faísca era Chico Costa e Isidro Santos, o primeiro dotado para a malícia obscura, enquanto que o segundo é dotado da sabedoria nas regras de qualquer jogo.
Claro que estes dois homens não terminavam o jogo, ou um ou outro tinham que armar confusão e sair mais cedo, às vezes até parecia que combinavam como no wrestling que toda a gente assiste às Sextas e Sábados à noite.
O mais importante de tudo isto era a terceira parte, nessa parte todos eram amigos e esqueciam as suas diferenças, claro está que se tinham que sentar em cantos opostos. Num desses jantares, José António Russo parecia algo indeciso em relação ao seu pedido. Isidro esperava calmamente para registar o pedido (ou seja, para mandar um berro para a mãe do Aurélio que estava na cozinha, dizendo: “opa, é mais meia de bifinhos!”, por exemplo), enquanto que Chico Costa, ao ouvido de Russo, ia dizendo: “Pede omeleta de ovo. È muito boa, eu já comi uma vez e estava deliciosa! Pede a de ovo. A de ovo é que é boa.”. Russo completamente fora de si, diz: “Oh Isidro, para mim pode ser uma omeleta de ovo.”. Pronto, foi um fartote de rir…
A partir daí, a omeleta de ovo passou a estar no menu do restaurante de Isidro e ainda hoje no seu bar, Isidro fala desta história…mas claro que não se lembra do que sofria nas “mãos” de Chico Costa.